top of page
Writer's pictureCaroline Hirasaka

Por que as decisões que envolvem dinheiro tornam-se mais complicadas?

A resposta é mais simples do que imaginamos: Por causa dos CUSTOS DE OPORTUNIDADE.

Quando pontuamos as reais características do dinheiro – que ele é genérico, divisível, armazenável, intercambiável e, sobretudo, que é um bem comum –, fica claro que obviamente, podemos fazer quase qualquer coisa com ele.

Mas esse é um fato de que, podermos fazer quase qualquer coisa com ele, porém não significa que possamos fazer tudo. Precisamos realizar escolhas. Precisamos fazer renúncias. Precisamos escolher coisas que vamos deixar de fazer. O que significa que com certeza essa é uma escolha, conscientemente ou não, muito complicada. Isso é o que nos leva a examinar os custos de oportunidade sempre que usamos dinheiro.

Os custos de oportunidade são as alternativas de como iremos gastar nosso tão suado money. São as oportunidades que sacrificamos quando temos que optar por isto ou aquilo. A forma como deveríamos pensar sobre o custo de oportunidade do dinheiro é que, quando gastamos dinheiro num item, não podemos gastar no outro, nem agora nem em qualquer momento futuro.

Imagine, por um momento, que estamos diante de um par de meias, mas que, só existe dois produtos: uma meia azul e uma meia verde. O custo de oportunidade de comprar uma meia azul é renunciarmos à meia verde, e o custo de oportunidade de comprar uma meia verde é renunciarmos à meia azul. De forma semelhante, os R$10,00 que nosso amigo de trabalho, Pedro, gastou em um cappuccino expresso, talvez fossem usados na passagem de ônibus, ou em parte do almoço, ou nos petiscos das reuniões de pais que ele irá frequentar daqui uns anos. Ele não estaria abrindo mão de R$10,00, mas sim abrindo mão das oportunidades que aquele valor poderia fornecer a ele agora ou no futuro.


Para exemplificar uma melhor ideia da importância do custo de oportunidade e por que deixamos de levar esse fato em consideração, imagine que você separe R$900,00 todas os domingos e que esse seja todo o dinheiro que pode você pode gastar durante a semana. A semana iniciando, você não irá pensar muito sobre as consequências de suas decisões. Você não percebe do que está abrindo mão, na segunda, ao pagar uma pizza, tomar um suco ou comprar aquele presente que sua esposa tanto queria. Mas, conforme os R$ 900,00 vão sumindo e a sexta se aproxima, você se vê com apenas R$ 7,00 sobrando. Aí fica bem mais claro que os custos de oportunidade existem e que, com o que você escolheu gastar no início da semana está afetando o que ainda poderia gastar agora.

Sua decisão de pagar aquela pizza, pelos sucos e pelo presente para a esposa na segunda deixou você com uma escolha difícil no sábado: dá para comprar um pão na chapa no bar da esquina, ou um refrigerante gelado mas não as duas coisas. Na segunda-feira, você tinha um custo de oportunidade para levar em consideração, mas isso não estava claro para você. Agora, no domingo, quando o custo de oportunidade enfim está claro, é tarde demais.

Sendo assim, os custos de oportunidade são aquilo que deveríamos pensar e considerar ao tomarmos decisões financeiras. Deveríamos levar em conta as alternativas do que estamos abrindo mão gastar dinheiro agora, nesse instante. Mas não pensamos suficientemente nos custos de oportunidade, ou sequer pensamos neles. Esse é nosso maior erro envolvendo o nosso dinheiro e a razão pela qual cometemos tantos erros.


Essa é a base frágil sobre a qual nossas carteiras financeiras não cresçam. Alguns anos atrás, um auxiliar de pesquisa foi a uma concessionária da Toyota e perguntou às pessoas que ali estavam do que elas abririam mão se pudessem comprar um carro novo. Quase ninguém soube responder. Nenhum dos possíveis compradores havia dedicado tempo significativo a refletir que os milhares de dólares que estavam prestes a gastar num carro poderiam ser usados em outras coisas.

Assim, o assistente tentou ir mais fundo na próxima pergunta e perguntou quais produtos e serviços poderiam não obter se fossem em frente e comprassem aquele carro. A maioria das pessoas respondeu que, se comprassem um Toyota, não poderiam comprar um Honda, ou algum outro carro. Poucas pessoas responderam que não poderiam viajar

à Cancún naquele verão e ao Havaí no ano seguinte, ou que não poderiam jantar num bom restaurante duas vezes por mês nos próximos anos, ou que teriam que abrir mão de quitar o financiamento do imóvel.

Pareciam incapazes de pensar, ou talvez até relutantes em pensar, no dinheiro que estavam prontos para gastar comparados a uma série de outros bens e experiências no futuro que deixariam de ter. Isso ocorre porque o dinheiro é tão abstrato e genérico que temos dificuldade em imaginar os custos de oportunidade ou levá-los em conta.

Basicamente, nada específico vem à mente quando gastamos dinheiro, exceto aquilo que estamos pensando em comprar, seja um produto ou serviço. Nossa incapacidade de levar em conta os custos de oportunidade, bem como nossa resistência geral em fazê-lo, não se limita à compra de um carro. Quase sempre deixamos de analisar plenamente as alternativas. E, infelizmente, ao deixarmos de examinar esses custos de oportunidade, há grandes chances de que nossas decisões não atendam a nossos melhores interesses.


E você, já começou a pensar nos custos de oportunidade e o que você tem deixado passar?

Para te auxiliar a visualizar as oportunidades, preparamos uma Planilha de orçamento pessoal







Comentários


bottom of page