O melhoramento genético animal visa, por meio da seleção e acasalamento, promover combinações genéticas favoráveis no rebanho para aumentar a produtividade e o retorno econômico.
A seleção consiste em escolher os melhores touros e matrizes que serão os pais da próxima geração. Ou seja, o acasalamento é a reprodução dos animais selecionados e resulta na concepção, gestação e nascimento do bezerro, matéria prima para a produção de carne.
No processo de seleção busca-se acima de tudo aumentar a fertilidade do rebanho, a precocidade, diminuir o intervalo de gerações, melhorar o ganho de peso e a qualidade da carne.
Programas de Melhoramento
Atualmente, existem diversos programas de melhoramento genético que auxiliam o pecuarista a aperfeiçoar a genética do rebanho. Por exemplo, destacamos:
Geneplus – Programa Embrapa de Melhoramento Genético de Bovinos de Corte;
Nelore Qualitas;
PMGZ – Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos desenvolvido pela ABCZ;
Programa de melhoramento da ANCP – Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores;
PAINT® da CRV Lagoa, entre outros.
O sucesso do melhoramento genético depende de uma boa definição dos objetivos e critérios de seleção. O objetivo de seleção está diretamente relacionado ao retorno econômico, enquanto os critérios de seleção são as características de interesse, mensuráveis, que visam atender ao objetivo. Neste sentido, a idade ao primeiro parto, a probabilidade de parto precoce e o perímetro escrotal, por exemplo, são critérios de seleção para alcançar a precocidade sexual em um rebanho.
Critérios de Seleção
Em geral, as características avaliadas como critérios de seleção nos programas de melhoramento genético são:
crescimento: em primeiro lugar, peso ao nascimento (relacionado com a facilidade de parto); peso aos 120, 210, 365 e 450 dias, que expressam o potencial de ganho de peso no período pré (120 e 210) e pós desmama (365 e 450); habilidade materna (avalia o ganho de peso dos bezerros devido a habilidade das mães em produzir leite).
fertilidade e precocidade sexual: perímetro escrotal; idade ao primeiro parto; probabilidade de parto precoce (3P); período de gestação; produtividade da vaca (kg de bezerro/vaca/ano) e o stayability, ou seja, a permanência da matriz no rebanho, sua capacidade de se manter por muitos anos e produzindo.
produtividade e qualidade da carne: área de olho de lombo; acabamento de carcaça; marmoreio e maciez da carne.
eficiência alimentar: consumo alimentar residual (CAR).
características morfológicas: conformação; precocidade e musculosidade.
Acasalamentos Dirigidos
Posteriormente às avaliações realizadas nos programas de melhoramento genético, é possível selecionar os melhores reprodutores. E, com base nos seus valores genéticos, realizar estratégias para atingir os objetivos de seleção, visando o máximo ganho genético.
Entretanto, observa-se comumente nas fazendas o acasalamento aleatório, no qual utiliza-se um ou mais touros sem nenhum objetivo, resultando em sub-aproveitamento do material genético.
Para evitar esse problema, o ideal é usar ferramentas para direcionar os acasalamentos, a intensidade de uso dos touros e otimizar a genética disponível. São os chamados acasalamentos dirigidos e otimizados. Mas, para realizá-los na fazenda, é importante conhecer as características atuais (diagnóstico) do rebanho, definir os critérios de seleção, os indicadores base de produtividade e escolher os reprodutores.
Assim, fazendas que buscam aprimorar a genética dos animais, conseguem melhores resultados e se tornam mais competitivas no mercado. Lembrando que é fundamental fornecer ambiente adequado (nutrição, manejo, sanidade e conforto) para os animais expressarem seu potencial genético.
Portanto, o melhoramento genético é essencial para maximizar a produção e o lucro na pecuária de corte. E lembre-se: para selecionar os melhores animais, realizar os descartes corretamente e acompanhar os resultados é preciso ter todas as informações do rebanho.
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