Pode parecer um hambúrguer comum, mas a carne foi cultivada em um laboratório, em vez de em uma fazenda. Os cientistas começam colhendo células musculares de um animal, os nutrientes são adicionados de forma constante para alimentar essas células e transformar a carne em tecido - esse guisado é chamado de meio celular, que é então cultivado.
Desse novo modelo de produção de proteína animal, a startup Eat Just, com sede em San Francisco, está vendendo seus nuggets de frango cultivados em laboratório em Cingapura, e por consequência, atendendo a estratégia de longo prazo do país que buscar ser menos dependente de seus vizinhos na importação de alimento.
Sem considerar a questão de sustentabilidade, a proposta é interessante e altamente escalável, porém, existem barreiras a serem vencidas para que outros países possam dar volume a esta demanda. Segundo o sócio da consultoria AT Kearney, Dr. Carsten Gerhardt, que analisa os setores de alimentos e agricultura, "O verdadeiro motivador de tudo isso é obter a aprovação regulatória".
Vencido as questões regulatórias, o aumento da demanda ajudará na redução dos custos dos ingredientes de forma a tornar o preço acessível a um maior número de consumidores. A concorrência no setor desencadeará uma segunda onda de redução dos custos, que consiste na utilização de ingredientes com nutrientes de grau não farmacêutico. Fator que segundo Gerhardt, poderia reduzir o alimento aos graus normais de qualidade alimentar, além da queda significativa nos custos.
Uma parte da produção da "carne de laboratório" envolve o cultivo de células em um banho xaroposo de Soro Fetal Bovino (FBS), retirado do sangue de vacas grávidas, mas cientistas holandeses agora substituíram com sucesso este e outros componentes animais em seu processo. Vários relatórios brilhantes sugerem que a carne cultivada em laboratório pode trazer grandes benefícios ambientais - emissões mais baixas e menos uso de terra e água do que a agricultura convencional.
No entanto, um estudo mais recente dos EUA sobre a expansão da produção in vitro avisa que os benefícios podem ocorrer às custas de um uso muito mais intensivo de energia, à medida que todo o processo se afasta da agricultura e se torna industrializado.
Nós do FazendaCheia entendemos o desafio de alimentar 9 bilhões de pessoas em 2050 e acreditamos no poder transformador da inovação para buscar novas formas de produção de alimento além dos modais tradicionais.
Quanto a nossa visão de futuro para a pecuária, deixamos para o próximo post. Tudo bem?
Matéria completa você encontra na BBC News: https://www.bbc.com/news/business-59044820
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