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Writer's pictureCaroline Hirasaka

O mercado de crédito: Tudo o que você precisa saber

O mercado de crédito é um componente vital da economia, atuando como um elo crucial entre poupadores e tomadores, facilitando assim a disponibilidade de recursos financeiros essenciais para consumo e investimentos. Este sistema complexo, envolvendo bancos comerciais e sociedades de crédito, é essencial para entendermos como funcionam os empréstimos e financiamentos no nosso dia a dia.


A Função dos Intermediários Financeiros

No cerne do mercado de crédito estão as instituições financeiras, que desempenham o papel de intermediários entre os agentes superavitários (poupadores) e deficitários (tomadores de empréstimos). Esses intermediários captam recursos de quem deseja poupar, remunerando-os com juros, e emprestam esses mesmos recursos para quem precisa financiar projetos pessoais ou empresariais. A remuneração dos poupadores é conhecida como taxa de captação, enquanto os tomadores são cobrados pela taxa de empréstimo, que é superior à de captação para garantir lucratividade aos bancos.




Entendendo o Spread de Crédito

O spread de crédito, ou a diferença entre a taxa de empréstimo e a taxa de captação, não é apenas uma fonte de receita para os bancos; ele também cobre riscos como a inadimplência, custos administrativos, impostos e contribuições para o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Este spread é uma medida crucial da sustentabilidade financeira e da capacidade dos bancos de gerir riscos, o que seria impraticável para indivíduos sem essa intermediação.

Um dos componentes mais relevantes é a inadimplência, que representa o risco de crédito do banco.

De todos os empréstimos que ele oferecer, uma parcela não será honrada pelas contrapartes. Ela constitui o nível de inadimplência da carteira do banco.


Quanto maior for o nível de inadimplência, maiores serão os riscos do banco e, por consequência, a remuneração exigida por ele para emprestar recursos.


Outra parcela do spread diz respeito a repasses para o FGC. Da mesma forma que a inadimplência, essa parcela também está relacionada ao risco de crédito. Porém, neste caso, tal risco está voltado para os credores do banco. Detalharemos esse ponto mais adiante quando falarmos do FGC.


Devido às suas características, as operações no mercado de crédito costumam ser de curto ou médio prazo. Elas podem ser divididas em duas categorias: crédito direcionado e crédito livre.


Crédito Direcionado vs. Crédito Livre

No mercado de crédito, distinguimos entre crédito direcionado e crédito livre. O crédito direcionado é regulamentado pelo governo através do Conselho Monetário Nacional (CMN), garantindo que certos recursos sejam alocados para áreas estratégicas, como agricultura, habitação e infraestrutura. Isso inclui financiamentos com condições pré-estabelecidas que visam apoiar políticas públicas.

Por outro lado, o crédito livre refere-se a empréstimos e financiamentos que não são restritos por diretrizes governamentais, como créditos pessoais e empresariais, onde as taxas são determinadas livremente pelo mercado.


A Importância do Mercado de Crédito

A importância do mercado de crédito transcende a simples transferência de recursos. Ele viabiliza a produção de bens e serviços e facilita o consumo, alimentando o ciclo econômico. Além disso, as instituições financeiras que recebem depósitos à vista contribuem para a criação de moeda bancária, ampliando o efeito multiplicador de crédito que sustenta a disponibilidade de financiamentos.


No Brasil, o mercado de crédito ainda não possui uma grande envergadura em comparação com outras nações mais desenvolvidas. Em 2019, o mercado de crédito brasileiro representava, segundo dados do Banco Central, cerca de 48% do Produto Interno Bruto (PIB).


Países como Estados Unidos e Japão possuem respectivamente mercados de crédito de 245% e 361% do PIB, informam os dados recolhidos pelo Banco Mundial.


Compreender o mercado de crédito é fundamental para qualquer pessoa que interaja com o sistema financeiro, seja como investidor, empresário ou consumidor. Ele não só impacta diretamente a economia em geral, mas também afeta nossas vidas diárias, permitindo-nos alcançar objetivos que de outra forma poderiam ser inacessíveis devido a restrições de capital. Conhecendo melhor esse sistema, podemos tomar decisões financeiras mais informadas e responsáveis.

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